
Republicando...
A marcha dos Pingüins
Eles estão andando em fila indiana, um atrás do outro marchando. Um coça a barriga. Outro fica olhando para o horizonte. Eles continuam a marchar, na verdade eles quase nem se mexem. Estão praticamente parados. A temperatura é baixa, o vento é forte, mas eles continuam ali firmes. Alguns mais mirrados começam a passar mal e parecem que não vão agüentar o frio.
Ssshhhiiiiiii! Chia o vento encanado pelo meio dos grandes paredões e a marcha treme. O frio parece aumentar, mas eles seguem firmes na sua marcha estática. As horas parecem não passar. Os topos cinzentos se espalham. A marcha segue e parece aumentar de tamanho. Todos de preto, mas o branco dos topos se destaca para quem vê de longe. Os olhos lacrimejam devido ao vento frio e seco do inverno rigoroso. É cedo, o sol ainda nem surgiu de trás dos paredões cinzentos.
Os que estão na frente da marcha estão a horas ali. A espera é uma rotina assim como a marcha, que vem se repetindo a vários anos, ou desde o inicio dos tempos. Os segundos não passam e alguns aparentam estarem congelados de tão inertes que estão. A barriga vazia de alguns ronca, pois a espera e a marcha são longas.
Até que finalmente abrem-se as portas e uma moça distribui as fichas e os aposentados com suas cabeças brancas e roupas pretas começam a entrar depois de horas de espera no frio. As fichas são poucas e nem todos conseguirão entrar e sobreviver até serem atendidos.
E essa é a cruel rotina da natureza.
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